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Opinião: Concut deve organizar a luta pelo Fora Bolsonaro
Entre os dias 7 e 10 de outubro de 2019, será realizado o 13º Congresso Nacional da CUT na cidade de Praia Grande (SP) numa situação política muito diferente da existente em seu congresso de fundação. No congresso de fundação, ocorrido entre os dias 26 e 28 de agosto de 1983 em São Bernardo do Campo, participaram 5.054 delegados, representando 911 sindicatos. Eles elegeram uma coordenação provisória para dirigir a entidade até o 1º Congresso Nacional da CUT (24 a 26 de agosto de 1984), que e teve 5.260 delegados com representantes de todos os estados e elegeu Jair Meneguelli como seu primeiro presidente. Assim nascia a CUT classista, de luta e socialista na esteira da ascensão das lutas operárias que retomavam o protagonismo na luta de classes.
Já este 13º Congresso se realiza num cenário político de aprofundamento da exploração capitalista em todo mundo. No Brasil atual, isso se expressa na retirada de direitos e na precarização cada vez maior das condições de trabalho impostas pelo Governo Bolsonaro.
Na preparação do 13º Congresso da CUT estão sendo realizadas plenárias preparatórias com três eixos para o debate onde a direção nacional diz querer ouvir a base sobre: quem a CUT representa? Como financiar os sindicatos e a Central? Qual a estrutura de organização? Os eixos apresentados nos debates levados à base nos dão o indicativo do que será o centro do Congresso: a discussão de como manter a Central e os sindicatos dentro de uma estrutura imposta pelo governo Bolsonaro, que “acaba com alguns pilares da estrutura sindical varguista”, que a CUT nasceu combatendo, mas da qual nunca se livrou.
Em plenária realizada em Bauru em 16 de agosto na Subsede da CUT Regional, Quintino Severo, da executiva nacional, falou que a estrutura sindical varguista existente acabou. Para ele, tanto os sindicatos como a Central terão que se reinventar para atuar neste novo cenário, em que existe uma mudança substancial com o fim das categorias profissionais clássicas, e em como organizar a classe trabalhadora nesta nova realidade, que tipo de organização sindical será necessária e como serão as formas de financiamento.
Toda a discussão preparatória para o 13º Concut deixa muito clara a crise política e financeira das entidades. Esta crise com certeza vai comprometer a representatividade do Congresso. Por exemplo: em São Paulo são 324 sindicatos filiados e somente 94 participarão. As taxas de inadimplência são as mais altas da história da CUT.
Este 13º Concut deveria ser convocado com uma pauta que pudesse armar politicamente a classe trabalhadora, para que de forma independente e organizada pudéssemos enfrentar os ataques dos patrões e dos governos. Porém, isso não ocorre desde 2002, quando a CUT se colocou como uma central orgânica na defesa e no impulso das políticas dos governos do PT, o que na prática comprometeu em muito a independência da Central e impactou nos sindicatos filiados.
O resultado desastroso dessa política é que a Central e seu sindicatos, não conseguem colocar a classe trabalhadora em movimento, pois isso poderia levar a uma ruptura com a ordem estabelecida e a política desenvolvida de conciliação de interesses de classe. Por isso as direções adotam a velha prática do sindicalismo de pés de barro. As direções falam grosso, mas não existe base para sustentar o discurso, o que acaba por esvaziar e desmoralizar a classe trabalhadora como vimos nas convocações de greve geral, que não são organizadas de forma efetiva.
A Corrente Sindical da Esquerda Marxista, mesmo com uma delegação pequena, participará do 13º Concut apresentando aos delegados e delegadas a necessidade de que a Central rompa com sua política de conciliação de classe. Não é possível reformar e tão pouco humanizar o capitalismo.
É preciso armar politicamente a classe trabalhadora para o enfrentamento com o governo e os patrões, terreno no qual poderá se expressar novas formas de organização, participação, e sustentação dos sindicatos e centrais para que de fato possam se proclamar independentes do Estado e dos patrões o que se materializa neste momento na luta pelo Fora Bolsonaro e por um autêntico governo dos trabalhadores, campanha que a CUT deveria organizar.
A Esquerda Marxista convida os sindicalistas que desejam retomar o caminho de independência de classe e de luta pelo socialismo que pautou a construção da CUT a discutir conosco uma saída para a crise atual do sindicalismo.
Roque José Ferreira
Diretor do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e MS-CUT
Já este 13º Congresso se realiza num cenário político de aprofundamento da exploração capitalista em todo mundo. No Brasil atual, isso se expressa na retirada de direitos e na precarização cada vez maior das condições de trabalho impostas pelo Governo Bolsonaro.
Na preparação do 13º Congresso da CUT estão sendo realizadas plenárias preparatórias com três eixos para o debate onde a direção nacional diz querer ouvir a base sobre: quem a CUT representa? Como financiar os sindicatos e a Central? Qual a estrutura de organização? Os eixos apresentados nos debates levados à base nos dão o indicativo do que será o centro do Congresso: a discussão de como manter a Central e os sindicatos dentro de uma estrutura imposta pelo governo Bolsonaro, que “acaba com alguns pilares da estrutura sindical varguista”, que a CUT nasceu combatendo, mas da qual nunca se livrou.
Em plenária realizada em Bauru em 16 de agosto na Subsede da CUT Regional, Quintino Severo, da executiva nacional, falou que a estrutura sindical varguista existente acabou. Para ele, tanto os sindicatos como a Central terão que se reinventar para atuar neste novo cenário, em que existe uma mudança substancial com o fim das categorias profissionais clássicas, e em como organizar a classe trabalhadora nesta nova realidade, que tipo de organização sindical será necessária e como serão as formas de financiamento.
Toda a discussão preparatória para o 13º Concut deixa muito clara a crise política e financeira das entidades. Esta crise com certeza vai comprometer a representatividade do Congresso. Por exemplo: em São Paulo são 324 sindicatos filiados e somente 94 participarão. As taxas de inadimplência são as mais altas da história da CUT.
Este 13º Concut deveria ser convocado com uma pauta que pudesse armar politicamente a classe trabalhadora, para que de forma independente e organizada pudéssemos enfrentar os ataques dos patrões e dos governos. Porém, isso não ocorre desde 2002, quando a CUT se colocou como uma central orgânica na defesa e no impulso das políticas dos governos do PT, o que na prática comprometeu em muito a independência da Central e impactou nos sindicatos filiados.
O resultado desastroso dessa política é que a Central e seu sindicatos, não conseguem colocar a classe trabalhadora em movimento, pois isso poderia levar a uma ruptura com a ordem estabelecida e a política desenvolvida de conciliação de interesses de classe. Por isso as direções adotam a velha prática do sindicalismo de pés de barro. As direções falam grosso, mas não existe base para sustentar o discurso, o que acaba por esvaziar e desmoralizar a classe trabalhadora como vimos nas convocações de greve geral, que não são organizadas de forma efetiva.
A Corrente Sindical da Esquerda Marxista, mesmo com uma delegação pequena, participará do 13º Concut apresentando aos delegados e delegadas a necessidade de que a Central rompa com sua política de conciliação de classe. Não é possível reformar e tão pouco humanizar o capitalismo.
É preciso armar politicamente a classe trabalhadora para o enfrentamento com o governo e os patrões, terreno no qual poderá se expressar novas formas de organização, participação, e sustentação dos sindicatos e centrais para que de fato possam se proclamar independentes do Estado e dos patrões o que se materializa neste momento na luta pelo Fora Bolsonaro e por um autêntico governo dos trabalhadores, campanha que a CUT deveria organizar.
A Esquerda Marxista convida os sindicalistas que desejam retomar o caminho de independência de classe e de luta pelo socialismo que pautou a construção da CUT a discutir conosco uma saída para a crise atual do sindicalismo.
Roque José Ferreira
Diretor do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e MS-CUT